sábado, 14 de março de 2009

O RIO NOSSO

O NOSSO RIO PARDO


O rio Pardo é um rio importante: Sua extensão é medida em 565 Km. Percorre parte do Estado de Minas Gerais no norte (220 Km) e parte do Estado da Bahia (345 Km). Sua nascente esta localizado no Município de Montezuma (MG), limitando com Santo Antonio do Retiro e Monte Azul, a uma altitude de 880 m. na fazenda Paud’arco. Entra na Bahia, na localidade de Porto de Santa Cruz, Município de Cândido Sales. Aí defronte encontra-se um ponto de amarração de limites da Bahia com Minas Gerais: A barra do rio Mosquito, no rio Pardo, no lado mineiro. Depois de percorrer vasta extensão na Bahia, onde sua bacia drena área de 32.905 Km2, o Pardo deságua no Oceano Atlântico, na praia do município de Canavieiras.
Nosso rio transpõe região que apresenta diversidade climática, de relevo e de vegetação. Com efeito, a região por ele atravessada apresenta basicamente três faixas climáticas: do quente úmido, ao quente semi-úmido ao semi-árido; recorta unidade de relevo caracterizada como de planalto (chapada) e drena igualmente planície. Suas águas passam por terrenos onde a vegetação é de cerrado propriamente dito, de caatinga, de mata-cipó/ecótono cerrado e de Mata Atlântica (pouco resta desta).
As terras banhadas pelo rio Pardo foram o país de diversos grupos indígenas, dentre os quais os Maxacalis (inclusive os de dialeto Pataxó, Kutaxós e Monoxós), os Aymorés (“ Imborés”), os Kamakã (inclusive Mongoyós). Aí foram dizimados de 1750 até o presente século. Aí sofreram fome e guerra.

Admite-se que os primeiros não índios a percorrerem parte do rio Pardo foram os integrantes de uma “bandeira” chefiada por Francisco Bruza de Espinosa da qual participara o Pe. João Aspilcueta Navarro, que partiu de Porto Seguro, em 1553. O rio Pardo seria o mesmo “rio das Ourinas” mencionado por aquele prelado. Depois, Dâmaso de Pina foi encarregado de verificá-lo, no primeiro quartel do século XVIII. De 1725 é a bandeira que deveria reconhecer as terras banhadas pelo Pardo, dirigida por André da Rocha Pinto, com objetivo de encontrar ouro, combater índios de “língua travada”, destruir quilombos (se existissem), criar povoados e assentar fazendas de gado. É dessa bandeira, organizada por Pedro Leolino Mariz, dirigida por A. Rocha Pinto, que tem início a Conquista do Sertão de Ressaca. No entanto, desde 1698 as terras de suas cabeceiras passaram a ser povoadas, a partir de entrada feita por Antonio Luis dos Passos, que alí teve fazenda acompanhado de alguns moradores. A região passou a ser habitada sobretudo após a abertura de estrada para a Bahia (antes a estrada da Bahia a Minas Gerais seguia margem do rio São Francisco).

João Gonçalves da Costa percorreu o rio desde a Barra da Vereda (Inhobim) até a foz, em Canavieiras, em 1806, de cuja viagem deixou a “Memória Sumária Compendiosa”. Também do século passado é uma expedição de iniciativa da Câmara de Vereadores da Vila do Rio Pardo que percorreu o rio de suas cabeceiras à foz. Depois, outros subiram ou desceram pelo rio Pardo, inclusive Robert Avé-Lallemant, em 1859, que seguiu da foz até às corredeiras em Potiraguá.
Nos mapas antigos, o rio Pardo aparece com o nome de rio dos Cosmes, ou dos Cosmos, e, depois, com o nome de rio Potype. Durante muitos anos, na costa era chamado de Potype e no sertão era já chamado de Pardo. Em Inhobim, já no início do século XIX, havia a Fazenda Vereda, com sua gleba “Barra da Vereda”, de Antonio Ferreira Campos, área produtora de gêneros de subsistência, de algodão, e de criação de gado. Aí, na Barra da Vereda, eram explorados depósitos de sal, especialmente quando crise de distribuição deste se instalava.

Todo e qualquer trabalho de conservação das águas do rio Pardo deve ser estimulado. Rios e riachos desapareceram ou perderam volume d’água, inclusive alguns afluentes do Pardo. Necessário que, de logo, se estabeleça política e prática de conservação/preservação de rios. É de fundamental importância que sejam realizados trabalho com objetivo de perenizar os afluentes.

CURIOSIDADE:

- O CACAU E O CHOCOLATE NO BRASIL

Alguns historiadores acreditam que em 1746 foi a primeira tentativa de implantar a cultura cacaueira na Bahia. Neste ano um colono francês trouxe sementes do Pará e plantou-as na capitania de São Jorge de Ilhéus, hoje município de Canavieiras, as margens do Rio Pardo. As condições climáticas e a topografia do solo baiano eram propícias a cultura do cacau e por esta razão a região de Ilhéus acabou se tornando uma das principais produtoras do mundo.

7 comentários:

LEVON NASCIMENTO disse...

Olá caro amigo. Muito bom ver seu blog. A Blogosfera é o grande espaço independente para todos democratizarem a informação. Nossa microrregião Alto Rio Pardo precisa, cada vez mais, de blogueiros independentes, autênticos, que contem a história de nosso povo a partir das bases, de suas lutas, de seus sonhos e de seus desejos. Vamos fazer crescer a "Blogosfera dos Gerais". Abraços.

Também tenho um blog www.uniblog.com.br/levon

LEVON NASCIMENTO disse...

Parabéns pelo blog.

Nossa microrregião do Alto Rio Pardo precisa de mais blogueiros para fortalecer a "Blogosfera" independente, crítica, democrática, capaz de expressar legitimamente os interesses do nosso povo sertanejo. Viva a "Blogosfera dos Gerais".

Acesse também o meu blog, que dentre outros temas, busca ser uma voz crítica para Taiobeiras e o seu entorno. www.uniblog.com.br/levon

Abraços a todos os amigos de Rio Pardo de Minas.

Anônimo disse...

Blz, muito boa a sintese do "NOSSO RIO PARDO", gostei. Eu tenho andodo os gerais que recargas de aquiferos do nosso rio e tenho constatado que o rio começa nas chadadas, mas o ecossistema de chapadas esta morendo e com ele certamente nosso rio pode morrer se não for feito nada, é visível com esta definhando.
obrigado Newton por lembra dessa preciosa fonte de vida e cultura em seu blog.

Anônimo disse...

Caro Newton;
se quiser, para te ajudar em sua leitura sobre o norte de Minas, posso te mandar alguns textos que retratam o norte de Minas em sua totalidade. Enviarei-lhe, também, minha dissertação de Mestrado defendia em março.
por favor entre em contato comigo
camilosantarosa@yahoo.com.br

Unknown disse...

Excelente Texto!

Unknown disse...

exelente texto, tirei 10! Eu explico mais detalhado no canal do yt: Reino 30

Anônimo disse...

tirei 10, exelente! eu explico mais detalhado no canal do yt: Reino 30

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